SUKHOY PAK FA T-50


SUKHOY PAK FA T-50. O futuro da aviação de combate russa

DESCRIÇÃO
A força aérea russa passou por sérias dificuldades após o fim da União Soviética, tendo como conseqüência, a diminuição severa das horas de vôo das tripulações assim como a disponibilidade de sua aviação, notadamente a de combate. Hoje, com quase 20 anos passados, a força aérea russa já apresenta o resultado de uma reestruturação que teve por objetivo elevar sua capacidade a níveis que permitam a ela impor uma dissuasão efetiva em defesa de seu território, além de poder fazer frente à estratégia de defesa de sua força aérea. Recentemente tem sido noticiado com certa regularidade, encontros de aeronaves de combate ocidentais com bombardeiros estratégicos russos sobre águas internacionais do Atlântico norte, evidenciando o renascimento da poderosa força aérea russa.
Acima: O Sukhoi Su-47 Berkut foi o primeiro avião russo que pode ser considerado de 5º geração. Porém o protótipo foi usado apenas para demonstração de conceitos que seriam posteriormente incorporados ao caça de 5º geração definitivo.
A sua força de caças, atualmente, é formada por diversas versões do caça Mig-29 Fulcrum e pelos ótimos caças da família Flanker como o Su-27, Su-30 e Su-34, Su-35. Mesmo com aeronaves de combate cujas capacidades são reconhecidas e até, temidas, a verdade é que a 4º geração de caças europeus e a 5º geração de caças norte americano tem colocado duvidas sobre a capacidade da força aérea russa de superar eventuais inimigos em um conflito hipotético. O Flanker e o Fulcrum foram projetados tendo em vista os caças F-14, F-15 e F-16 como aeronaves a serem superadas, aeronaves essas, que, ou já foi substituída, como no caso do celebre F-14 Tomcat, que cedeu lugar ao F/A-18E Super Hornet, ou que estão em processo de substituição como no caso do F-15 e do F-16 que cederão lugar aos moderníssimos caças F-22 Raptor e ao inovador F-35 Lightning II.
Essa necessidade, de um novo avião de combate já tinha sido percebida no fim da era soviética e o governo havia solicitado propostas para um novo caça pesado. A Sukhoi apresentou o Su-47 Berkut, um moderno avião caracterizado por asas de enflechamento negativo enquanto que a Mikoyan apresentou o grande delta canard Mig 1.44, cujo desenho parece ter sido inspirado no modelo Typhoon europeu. Ambos os aviões podem ser conhecidos em mais detalhes nesse blog onde foi publicado artigo específico sobre cada um deles. Esses modelos acabaram não sendo produzidos em série, porém a tecnologia desenvolvida para eles passou a ser usada para ser empregada no caça definitivo de 5º geração que a Russia desenvolveria através da contratante principal Sukhoi, que iniciou o programa PAK FA T-50.
Acima: Este desenho representa uma das idéias inciais sobre o aspecto que o PAK FA teria. É extremamente claro a semelhança com os protótipo do YF-22 que deu origem ao F-22 Raptor.
Sendo assim a força aérea russa começou a estudar um novo caça que representasse a 5º geração para que pudesse fazer frente aos novos desafios impostos pelo desenvolvimento tecnológico das forças aéreas ocidentais.
Os requisitos do PAK FA foram que o avião fosse furtivo (baixa detecção aos radares), tivesse capacidade de vôo de supercruzeiro (vôo supersônico sem necessidade de uso dos pós queimadores), tivesse supermanobrabilidade, capacidade de ataque a alvos terrestres em qualquer condição atmosférica e operar em pista curtas, com cerca de 400 metros.
Com o crescente aumento de custos do desenvolvimento de um caça com características tão avançadas, a Rússia começou a consultar outros paises para que participassem do projeto, com conseqüente diluição dos custos de desenvolvimento e produção. O primeiro resultado disso ocorreu em outubro de 2007 quando um acordo entre Rússia e Índia trouxe a sua tradicional aliada para dentro do programa PAK FA. Assim a Índia, além de ajudar a financiar o programa, também receberá a transferência da moderna tecnologia russa na construção de caças. Mais recentemente, em abril de 2008, a Rússia assinou com o Brasil um acordo onde se prevê, entre varios itens, a possibilidade do desenvolvimento conjunto de um caça de 5º geração o que poderia significar a entrada do Brasil nesse programa, porém o Brasil se retirou desse acordo um ano depois.
Acima: Este desenho em 4 dimensões publicado em 2009 foi um dos que mais se aproximou do verdadeiro aspecto do T-50. Notem que a cauda é bastante pequena e os motores, bastante separados.Muitos desenhos do PAK FA T-50 já foram publicados, sendo que muitos mostravam um caça muito parecido com o protótipo YF-22 que deu origem ao atual F-22 Raptor, porém, só recentemente um desenho mais realista foi apresentado pela empresa NPO Saturn responsável pelo desenvolvimento do motor do T-50. O novo desenho mostrava um caça menor que o Flanker, porém, maior que o MIG-29 ou F-35. O caça é bimotor, com uma grande separação entre os motores, como encontrado no Su-27 Flanker, o que garante uma sustentação aerodinâmica superior aos modelos sem essa característica. As superfícies verticais (cauda do avião), são pequenas e totalmente moveis, como no Lockheed SR-71 Blackbird, e as asas são em formato trapezoidal como no F-22, tendo o bordo de fuga delas em ângulo negativo. Os tailerons são pequenos, porém com um formato que lembra o desenho do usado no F-35.
O desenho do T-50 mostra claramente, soluções para diminuir sua reflexão radar, porém, deve-se lembrar que os russos possuem outras formas de dificultar a detecção ao radar, como com uso de materiais RAM (absorvente de ondas de radar), o qual muito se evolui na ultima década, além do sistema gerador de nuvem de plasma, que já foi testado num caça bombardeiro Su-34 Fullback.
Acima: O protótipo do PAK FA T-50 decola pela primeira vez em 29 de janeiro de 2010. T-50 deverá ser o primeiro avião furtivo desenvolvido fora dos Estados Unidos a entrar em serviço.
A maior evolução que veio no projeto do PAK FA T-50, em relação a todos os outros aviões de combate que vieram antes do modelo da Sukhoi, está, justamente, em sua suíte de sensores. O radar é, simplesmente, revolucionário, pois não possui apenas a antena montada no radome na frente do caça, como todos os outros aviões. Conhecido como N050, este radar está sendo desenvolvido pela Tikhomirov NIIP, e o sistema possui 5 antenas de abertura sintética montada da seguinte forma: Uma antena frontal que opera na banda X, duas antenas laterais montadas abaixo do cockpit que operam na mesma banda e duas antenas que operam na banda L instalados na borda de ataque das asas (slats). O alcance máximo, contra alvos de grandes dimensões é estimado em 400 km. Este radar é baseado no radar Ibis E N035 usado no poderoso caça Su-35BM. O T-50 está equipado com um sistema infravermelho IRST, como os caças da família Su-27 Flanker e Mig-29 Fulcrun. O modelo usado pelo T-50 é o OLS-50, que também deriva do modelo usado no Su-35BM Super Flanker, que seria capaz de detectar um F-22 raptor a 100 km, segundo dados do fabricante, porém, esse desempenho é questionável uma vez que a condição climática interfere no desempenho destes dispositivos..
Acima: O esquema do radar do T-50 é uma revolução na forma do uso deste importante sensor em aviões de combate.
Acima: Uma maquete do radar de varredura AESA/PESA Tikhomirov NIIP SH-121 (N050), que deriva do potente radar Irbis E, usado no Su-35BM.Os motores, como já mencionados anteriormente serão fabricados pela NPO Saturn, e serão do modelo chamado de Izdeliye 129 com rendimento de cerca de 17500 kg de empuxo com pós-combustão e vetoramento de empuxo bidimensional (o atual tem vetoramento tridimensional, porém essa capacidade interfere na furtividade do avião), porém, com os atrasos no desenvolvimento deste motor, o protótipo do T-50 voou com o motor AL-41FA (117S), usado, atualmente, no protótipo Su-35BM e que desenvolve um empuxo de cerca de 14500 kg, usando a pós-combustão. A velocidade de cruzeiro que se espera que o T-50 deva atingir será de 1200 km/h, enquanto que a máxima, deve ser de 2500 km/h.
Acima: Aqui temos um infografico com o motor NPO Saturn AL-41F que equipa o T-50 e o Su-35BM. Este motor não é definitivo e o motor que tomará seu lugar, o Izdeliye 129 será um dos mais potentes motores já instalados em um caça. Apenas o motor F-135 que equipa o F-35 norte americano é mais potente que ele.
O T-50 está equipado com dois compartimentos internos de armas que ficam ente os dutos de ar do motor. Esse compartimento tem capacidade para até 10 mísseis ar ar. Essa capacidade supera a encontrada no seu concorrente mais direto, o F-22 Raptor da força aérea dos Estados Unidos. A capacidade desses dois compartimentos, em termos de peso que pode ser transportado é de 2 toneladas para cada compartimento, totalizando 4 toneladas quando em configuração furtiva. Quando a furtividade não precisar mais ser preservada, o T-50 poderá transportar mais armamento e cargas externas em 4 pontos fixos sob as asas (2 em cada).
 O armamento é bem variado, sendo que além dos tradicionais mísseis de médio alcance Vympel R-77, guiados por radar ativo e capaz de atingir uma aeronave inimiga a 90 km de distancia e do míssil de curto alcance Vympel R-74, guiado por infravermelho IR e alcance de 40 km (alcance balístico), uma nova geração de mísseis ar ar, pensados especificamente, visando armar o T-50 está em fase de desenvolvimento. O Izdeliye 810 será um míssil de longo alcance, com capacidade de atacar alvos a mais de 200 km de distancia, sendo que o alvo principal dessa arma deverá ser os aviões de alerta aéreo antecipado AEW inimigos. Outro míssil que está em desenvolvimento é o Izdeliye 300 K-MD, de curto alcance, e guiado por infravermelho IR. O sensor IR do K-MD tem uma varredura de 80º em qualquer direção dando uma elevada capacidade “off boresight” (capacidade de atacar alvos fora do ângulo de visada do caça lançador) Além disso, este míssil, pode receber atualização de dados do alvo via data link.
O alcance máximo está em 40 km, graças a seu motor de impulso duplo e com queima de 100 segundos. O bocal de saída do motor do K-MD tem 3 pás que vetoram o empuxo em todas as direções garantindo uma manobrabilidade superior a qualquer aeronave existente ou em desenvolvimento.
O T-50 terá capacidade de ataque a alvos terrestres. Poderão ser transportados mísseis anti-radar KTRV Kh-58UshE cujo alcance chega a 245 km. Outro míssil que está disponível ara o T-50 é o Kh-38, que pode ser usado para atacar uma grande variedade de alvos e que está disponível em muitas versões com cabeças buscadora diferentes que vão desde a infravermelho (IR) até guiagem a laser.
Para atacar navios, está disponível o míssil Zveda Kh-35 Uran, com um alcance de 130 km e guiagem por radar ativo. Existe informações respeito do desenvolvimento pela empresa KTVR de uma bomba equivalente as pequenas GBU-39 norte americanas, Essas bombas seriam guiadas pelo sistema GLONASS, equivalente ao GPS dos Estados Unidos.
As novas versões da família de bombas KB-500, também sta disponível para o T-50, como a KAB-500S guiada pelo sistema de satélite GLONASS.
Internamente, ainda, deverá haver um canhão automático GSH 30-1 em calibre 30 mm que tem uma cadência de 1800 tiros por minuto e um alcance eficaz de até 1800 metros.
Acima: O desenho do T-50 apresenta soluções de desenho para se conseguir o efeito de redução do RCS, encontrados em alguns modelos norte americanos, como o YF-23, F-22 Raptor e F-35.
O T-50 deverá substituir, inicialmente os caças Mig-29 Fulcrum, e os Su-27 mais antigos. O custo desse inverstimento será bastante elevado, pois força aérea russa dispõe de mais de 580 Mig-29 e de uns 400 Su-27 Flanker que deverão ceder lugar aos novos T-50, cujo nome, oficialmente não foi decidido. O primeiro vôo do protótipo ocorreu em 29 de janeiro de 2010 e sua entrada em serviço, deve ocorrer até 2013. Se o Brasil, tivesse entrado nesse programa, seria muito interessante pois teria sido uma chance de adquirir tecnologia de ponta com investimento reduzido, e ainda equipar a força aérea com uma aeronave de combate que, certamente, poderá ser o trunfo para uma dissuasão estratégica relevante. É lamentável que o governo brasileiro tenha saído do acordo com a Rússia que permitira nossa participação neste projeto.

Acima: Um desenho em três vistas do protótipo do T-50 PAK FA, que voou em 2010. O modelo definitivo deve ter algumas pequenas diferenças estéticas em relação a este modelo.
FICHA TECNICA
Velocidade de cruzeiro: mach 1,2
Velocidade máxima: mach 2,4
Razão de subida: 21000 m/min
Peso/Potência: 1,01
Fator de carga: 10 Gs
Taxa de giro: 30º/s
Razão de rolamento: 240º/s
Raio de ação/ alcance: 2000 km/ 4000km
Alcance do radar: Tikhomirov NIIP N050/ SH-121 com 400 km de alcance para caças
Empuxo: 2 X NPO Saturn AL-41F com 14500 kgf de empuxo
DIMENSÕESComprimento: 22 m
Envergadura: 14,2 m
Altura: 6,5 m
Peso: 18500 kg (vazio)
ARMAMENTO
Ar Ar: Míssil R-73/ 74Archer, míssil Izdeliye 300 (K-MD), Missil R-77 Adder,míssil Izdeliye 810
Ar Terra: Míssil KTRV Kh-58UshE , missil Kh-38, missil Kh-35, missil Kh-29, Bombas guiadas Kab (todas as versões), Bombas convencionais FAB (todas as versões).
Interno: 1 canhão GSH 30-1 de 30 mm.

Abaixo: Um desenho detalhado do T-50, publicado recentemente. Clique na imagem para ampliala.


Acima: A estrela que representa a força aérea russa, hoje é vazada, mostrando um novo padrão para o século 21.
Acima: Um T-50 decola já com as cores da força aérea russa. Sem duvidas uma bela aeronave.
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ABAIXO TEMOS UM VÍDEO COM IMAGENS DOS TESTES DO PAK FA T-50

Fontes: Site Warfire.Ru; Site Deagel; Site Cavok; Site Sistemas de Armas

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