NORTHROP F-20A TIGERSHARK

NORTHROP F-20A TIGERSHARK. De um potencial sucesso a um surpreendente fracasso comercial

DESCRIÇÃO
Para os aficionados em aviação militar, o sucesso da família de caças leve da Northrop, conhecido como F-5, não é novidade. Um pequeno caça, rápido, e muito ágil, com custo de aquisição e manutenção baixíssimas. Porém com um projeto antigo que data da década de 50, depois de 45 anos de serviço a Northrop resolveu desenvolver a terceira geração deste bem sucedido projeto levando a construção do, então chamado F-5G em 1981 sendo que o primeiro vôo deste modelo ocorreu em 1982 e no fim deste ano, o caça foi renomeado de F-20A, para poder disputar o mercado de caças internacional, contra os F-16 que o governo norte americano começava a liberar para exportação. A nomenclatura F-5G remetia a idéia de que o avião era antigo ou obsoleto por se tratar de um derivado de um projeto da década de 50, mesmo o novo modelo tendo demonstrado desempenho similar ao do F-16A Fighting Falcon e por isso uma nova designação como F-20 poderia desvincular essa idéia.

Acima: Nesta foto podemos ver bem as diferenças do desenho do F-20 com o desenho do F-5E original. Notem que os tailerons são maiores que o que temos no F-5 e as LERX também foram redesenhadas.
O F-20 difere do seu “pai” por ter apenas um motor ao invés dos dois do projeto inicial. Porém esse único motor, um General Electric F-404 GE-100 similar ao usado no caça Mc Donnell Douglas F/A-18A Hornet proporciona um empuxo de 7600 kg o que representa um empuxo 70% maior que o gerado pela soma das duas turbinas General Electirc J-85 do F-5 original permitindo, assim, um fantástico aumento do desempenho em vôo. Fatores como velocidade, que no F-5E era de 1743 km/h subiram, no F-20 para 2124 km/h, além da razão de subida, que no F-5E era de 10500 m/min, no F-20 foram para 15300 m/min, um aumento de praticamente 50%. Esse tipo de melhora de desempenho, só costuma ser vista entre aviões completamente diferentes, e não entre versões de uma mesma aeronave. Nesse caso, renomear o avião para F-20, acaba fazendo sentido só por seu desempenho muito superior. A Aerodinâmica foi igualmente modificada, sendo que as extensões do bordo de ataque das asas LERX, foram redesenhadas para um padrão mais reto para acompanhar o novo desenho das entradas de ar, que se tornaram maiores para poder alimentar o potente motor F-404. Foram aumentados, também, os tailerons, o que permitiu uma melhora na capacidade do pitch, considerada fraca ou “preguiçoso” no F-5E. O “nariz” do F-20, também foi redesenhado com um padrão delgado que fez se assemelhar com o nariz de um tubarão, lhe dando assim o apelido “Tigershark” ou tubarão tigre. Essa mudança ocorreu para melhorar a aerodinâmica do F-20, assim como para poder acomodar a antena do novo e mais potente radar.

Acima: Durante uma demonstração aérea este F-20 sobe a toda potencia de seu F-404 com pós queimador aceso. A manobrabilidade do F-20 se equivale a encontrada no F-16A e no MIG-29.E por falar em radar, o F-20 teve instalado um moderno radar General Electric AN/APG-67 cujo alcance é de cerca de 90 km contra alvos do tamanho de um caça. Esse desempenho, também supera o radar original Emerson AN/APQ-153 cujo alcace, no maximo chegava a 50 km. Além disso, o radar APG-67 também tinha multiplos modos de operação, sendo capaz de buscar alvos terrestres, rastreamento enquanto busca, mapeamento do terreno, etc…
O painel do cockpit foi bastante melhorado em relação ao F-5E, que tinha execsso de instrumentos analógicos. No F-20, o painel possui duas telas de cristal liquido LCD com multiplas funções que visam facilitar o trabalho do piloto fornecendo simultaneamente as informações mais importantes de forma facil de ser visualisada. Um sistema HUD de grande area foi instalado no lugar da antiquada mira usada pelo F-5E. Um sistema de produção de oxigenio independente OBOGS foi instalado também, melhorando a autonomia do avião, que antes usava um sistema de oxigenio liquido que era limitado.

Acima: O painel do F-20 mostra uma evolução importante em relação a seu ancestral. Seus displays MFD, controle HOTAS e um HUD, facilitam em muito o trabalho do piloto.O armamento do F-20 foi bastante ampliado com a incorporação do radar novo e de computadores de fogo. O F-20 era qualificado para operar o missil de médio alcance Raytheon AIM-7F/M de guiagem semi ativa e com um alcance de 70 km. Na epoca isso era um avanço notavel, porém é certo que esse radar poderia servir para fornecer os parametros de lançamento para misseis mais modernos como o AIM-120 Amraam ou o Mica, frances. Os “onipresentes” AIM-9 Sidewinder são parte do arsenal ar ar do F-20, como não poderia deixar de ser num avião norte americano. O armamento ar terra é composto por misseis guiados Raytheon AGM-65 Maverick, cujo guiamento pode ser feito por TV, IR ou Laser, dependendo da versão. Bombas “burras” MK-82/ 83/ 84, e lançadores de fogues não guiados podem ser usados também. Internamente, o F-20 manteve os dois canhões Pontiac M-39 A-2 em calibre 20 mm com uma cadência de tiro na ordem de 1500 tiros por minuto. Logicamente que essa configuração de armas é uma realidade da epoca em que o F-20 era oferecido, ou seja na decada de 80. Logicamente que nos dias de hoje, a integração de misseis ar ar de médio alcance e guiagem ativa como o AIM-120 e o Mica, além de misseis de curto alcance de 4º e 5º geração como os AIM-9X, IRIS-T ou Puthon IV e V tornariam este caça ainda mais letal. Outra vantagem muito interessante que poderia ter o F-20 é que com as novas bombas GBU-39 SDB de 130 kg, o pouco espaço para transporte de armas disponivel no F-20 não seria um obstaculo. Pois pode-se transportar multiplas bombas em cachos em cada cabide, sem afetar tanto a aerodinamica e o peso como se transportasse armas muito maiores como bombas de 450 e 907 kg. O sistema para operar esse tipo de arma seria facil de instalar no F-20.

Acima: Mesmo sendo uma vantagem tatica importante, os misseis de médio alcance AIM-7 Sparrow, tranportados sob as asas deste F-20, são como uma "ancora" para a aérodinamica de um pequeno caça como o F-20.

Infelizmente o programa F-20 foi engavetado no final da decada de 80 por falta de encomendas. A, então General Dynamics, que fabricava o F-16, teve autorização de exportar seu novo caça o que acabou com as chances do F-20 no mercado. De fato, o F-16 é uma aeronave superior, mas era também mais cara. O F-20 era uma solução muito adequada para forças aereas com menos recursos financeiros e que pretendiam ter um caça confiavel e capaz de impor respeito nos ceus a um custo muito competitivo, para não dizer “baixo”.
Acima: Um desenho de um F-20 em corte. Embora esse desenho seja pouco detalhado, ainda pode dar uma idéia do esquema interno deste caça.FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 2124 Km/h
Velocidade de cruzeiro: 1000 Km/h
Razão de subida: 15300 m/min
Potência: 1.07

Fator de carga: 9 Gs
Taxa de giro: Instantânea: 22º/seg. Sustentada: 12º/seg
Teto de serviço: 16800 m
Alcance: 2760 km (Translado)
Empuxo: Um motor General Electric F-404 GE-100 com 7600 kgf de empuxo com pós combustão
DIMENSÕES
Comprimento: 14,70m
Envergadura: 8,15 m
Altura: 4,22m
Peso: (vazio): 5090 Kg
ARMAMENTO
Ar Ar: Curto alcance: Míssil Raytheon AIM-9L/M Sidewinder; Médio alcance: Missil Raytheon AIM-7 F/M Sparrow
Ar Terra: Mísseis AGM-65 maverick, Bombas Mk82/83/84, e lançadores de foguetes.
Interno: 2 canhões Pontiac M39 A2, calibre 20 mm
Carga externa máxima: 3500 Kg

ABAIXO TEMOS UM VIDEO DE APRESENTAÇÃO DO F-20 TIGERSHARK.